O que é a educação
inclusiva?
A educação inclusiva é uma acção educacional
humanística, democrática, amorosa mas não piedosa, que percebe o sujeito em sua
singularidade e que tem como objectivos o crescimento, a satisfação pessoal e a
inserção social de todos.
O conceito de educação inclusiva surgiu a
partir de 1994, com a Declaração de Salamanca. A ideia é que as crianças com
necessidades educativas especiais sejam incluídas em escolas de ensino regular.
O objectivo da inclusão demonstra uma evolução da cultura ocidental, defendendo
que nenhuma criança deve ser separada das outras por apresentar alguma espécie
de deficiência.
Do ponto de vista pedagógico esta integração assume a
vantagem de existir interacção entre crianças, procurando um desenvolvimento
conjunto. No entanto, por vezes, surge uma imensa dificuldade por parte das
escolas em conseguirem integrar as crianças com necessidades especiais devido à
necessidade de criar as condições adequadas.
Com a Declaração de
Salamanca surgiu o termo necessidades educativas especiais, que veio substituir
o termo “criança especial”, termo anteriormente utilizado para designar uma
criança com deficiência. Porém, este novo termo não se refere apenas ás pessoas
com deficiência, este engloba todas e quaisquer necessidades consideradas
“diferentes” e que necessitem de algum tipo de abordagem específica por parte de
instituições. Num mundo cheio de incertezas, o Homem está sempre a procura da
sua identidade e, por vezes, chega mesmo a procurar integrar-se na sociedade que
o rodeia, pois fica um pouco “perdido”.
A educação inclusiva apoia os
deficientes numa educação especial.A Educação Especial é o ramo da
Educação, que se ocupa do atendimento e da educação de pessoas deficientes, ou
seja, de pessoas com necessidades educativas especiais.
A Educação Especial é
uma educação organizada para atender especifica e exclusivamente alunos com
determinadas necessidades especiais. Algumas escolas dedicam-se apenas a um tipo
de necessidade, enquanto que outras se dedicam a vários. O ensino especial é
mais frequente em instituições destinadas a acolher deficientes, isto tem sido
alvo de criticas, por não promoverem o convívio entre as crianças especiais e as
restantes crianças. No entanto, é necessário admitir que a escola regular nem
sempre consegue oferecer uma resposta capaz de atender as diversas necessidades
destas crianças. A Educação Especial lida com fenómenos de ensino e aprendizagem
diferentes do Educação regular, são vários os profissionais que podem/devem
trabalhar na educação especial, como por exemplo o Educador físico, Professor,
Psicólogo, Fisioterapeuta, Terapeuta ocupacional…
Como podemos concluir,
uma escola direccionada para a educação especial conta com materiais,
equipamentos e professores especializados. O sistema regular de ensino precisa
adaptar-se, caso deseje ser inclusivo. Hoje, já se conhecem mais escolas a
adaptarem-se e a tornarem-se inclusivas. A criança com necessidades educativas
especiais ou a sua família já pode optar mais facilmente sobre onde pretende
leccionar o aluno.
Para que o ensino especial nas escolas regulares seja de
qualidade e consiga atender às diferenças individuais de cada criança, é
necessário uma
A tecnologia e o
desenvolvimento da Informática veio abrir um novo mundo de possibilidades
comunicativas e de acesso à informação, sendo estas um auxílio a crianças
portadoras de necessidades especiais pois permitem facilitar todo o processo
educacional que visa a formação integral de cada aluno especial.
A
tecnologia deve ser encarada como um elemento cognitivo capaz de facilitar a
estrutura de um trabalho, pois facilita as descobertas, garantindo, assim,
condições propícias para a construção do conhecimento.
São inúmeras as
vantagens que o uso das tecnologias podem trazer no que diz respeito ao ensino
de crianças especiais, estas permitem:
• Alargar horizontes levando o mundo
para dentro da sala de aula;
• Aprender fazendo;
• Melhorar capacidades
intelectuais tais como a criatividade e a eficácia;
• Que um professor ensine
simultaneamente em vários locais;
• Vários ritmos de aprendizagem na mesma
turma;
• Motivar o aluno a aprender continuamente, pois utiliza um meio com
que ele se identifica;
• Proporcionar ao aluno os conhecimentos tecnológicos
necessários para ocupar o seu lugar no mundo do trabalho;
• Aliviar a carga
administrativa do professor, deixando mais tempo livre para dedicar ao ensino e
à ajuda a nível individual;
• Estabelecer a ponte entre a comunidade e a sala
de aula.
Assim, o uso da tecnologia pode despertar em crianças especiais
o interesse e a motivação pela descoberta do conhecimento. A deficiência deve
ser encarada não como uma impossibilidade mas como uma força, onde o uso das
tecnologias pode desempenhar um papel significativo.
Será o ensino regular a melhor opção para uma criança com
necessidades educativas especiais?
O Suporte
Emocional
Em primeiro lugar, deve reconhecer-se que o contacto e o
convívio, formal e informal, entre os diversos alunos, com e sem deficiências, é
um meio para que os comportamentos, típicos de cada um e/ou de cada deficiência
se normalizem.
É uma oportunidade para a construção de relações afectivas,
que podem vir a revelar-se, ao longo dos anos, como um suporte emocional
fundamental na construção da personalidade dos alunos com deficiência. Faz com
que ganhem forças para superar modificações sociais, geralmente mais autónomas e
diversificadas. Por sua vez os alunos ditos “normais” poderão desenvolver uma
maior capacidade da aceitação da diferença.
Suporte Social e
instrução
Num envolvimento normal, as pessoas com deficiência podem ter
um suporte social e/ ou um suporte instruidor. A convivência com colegas, o
apoio destes nas actividades da escola contribui para um suporte social. O
suporte instruidor deriva da aprendizagem cooperativa, da aprendizagem por
imitação, etc. Estes suportes são bastante importantes no desenvolvimento dos
alunos com deficiência mental acentuada. No entanto, especialistas concluem que
não se têm valorizado suficientemente o papel que as redes de suporte social
podem fazer com estas crianças, bem como com as suas famílias.
O apoio de
especialistas pode ir reduzindo as distâncias entre crianças normais e crianças
com deficiência, os professores de apoio que trabalham fora da sala de aula, com
pequenos grupos de alunos, podem passar a dar apoio dentro dela. Este caminho
implica a organização do trabalho interagindo, solidariamente, os dois
professores (normal e de ensino especial) assim, podem definir e construir a
melhor forma de trabalharem.
Algumas pessoas entendem que o apoio na sala de
aula pode ter algumas consequências negativas nas aprendizagens, como por
exemplo, uma quebra de atenção por parte do aluno durante a realização de uma
tarefa, situações de discriminação, etc.
No entanto, o objectivo fundamental
é criar melhores condições de aprendizagem para todos os alunos, a presença de
outros recursos na sala de aula, no caso um segundo professor, pode constituir
uma ajuda importante.
O aluno com necessidades especiais necessitará sempre
de apoio extra aula, o apoio na sala de aula é importante mas não é o
suficiente, este deve ser alargado a outros
espaços/ambientes.
Cooperação e Organização da Sala de
Aula
Uma boa organização na sala de aula exige a presença de regras
claras, quer no que respeita ao comportamento, como na forma de execução das
tarefas e actividades de aprendizagem. No entanto, todo esse processo de
organização e funcionamento deve passar pelo respeito mútuo, pela aceitação e
compreensão das necessidades do outro, por um processo aberto e dinâmico de
negociação onde o aluno se sente responsável e participante.
Inclusão
e suporte social às familias
A implementação da inclusão escolar não deve
ignorar o funcionamento das famílias com crianças deficientes. O facto de
crianças com necessidades educativas especiais frequentarem uma escola regular é
uma fonte geradora de stress.
Stress Familiar e a escola a
escolherem
Como já referimos anteriormente as famílias de pessoas com
necessidades educativas especiais, embora consideradas competentes e capazes de
responder às necessidades dos seus filhos, são particularmente vulneráveis ao
stress. Assim, a deficiência influencia as relações familiares a vários níveis
tais como a ruptura matrimonial, os desentendimentos entre pais e filhos, a
qualidade da relação entre irmãos, o aumento das dificuldades económicas, num
maior isolamento, etc.
Mudar a escola tornando-a mais receptiva à
diferença (mais inclusiva) é difícil, se esta não se ajustar às expectativas e
necessidades das famílias e dos alunos será um factor/fonte considerável de
stress e violência para o aluno e para a família.
O aumento do stress
familiar, motivado pela decisão da criança com deficiência frequentar uma escola
regular, parece resultar de vários factores, tais como:
• Do confronto diário
com a diferença entre os seus filhos e as crianças ditas “normais”;
• Do
sentimento de discriminação;
• Das dificuldades encontradas na adaptação
social e escolar dos seus filhos;
• Do receio da integração levar à perda de
outros serviços prestados à criança e à família;
• Do receio de colocarem os
seus filhos num envolvimento que consideram “não preparado” para os receber e
onde estarão “menos protegidos”.
A diversidade de apoios sociais, formais
e informais, parecem reduzir o stress familiar. Uma investigação mostrou que as
famílias que apresentam menos stress são as que recebem ajudas a vários níveis.
Os parentes e amigos podem desempenhar um papel fundamental no alargamento das
relações sociais das famílias com crianças deficientes. Também os profissionais
são um apoio importante com que as famílias deverão contar, apesar da história
de relações entre pais e profissionais nem sempre tenha sido positiva.
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