segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Atividades para crianças com Dificuldades de Aprendizagem

 


A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita, junção (aglutinação) ou separação indevidas das palavras, confusão de sílabas, omissões de letras e inversões. Além disso, dificuldades em perceber as sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e pontuação.

Devido à essas dificuldades o indivíduo prepara textos reduzidos e apresenta desinteresse para a escrita. A Disortografia não compromete o traçado ou a grafia.
Um sujeito é disortográfico quando comete um grande número de erros. Até a 2ª série é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação com sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo.

Causa

Considera-se que 90% das disortografias têm como causa um atraso de linguagem ou atraso global de desenvolvimento.

Tratamento

Depois de uma avaliação fonoaudiológica o profissional irá traçar um plano de tratamento para que a disortografia não se torne uma vilã na aprendizagem.
O fonoaudiólogo poderá desenvolver um atendimento preventivo antes mesmo do terceiro ano (antiga 2ª série).
Quanto antes o tratamento com um fonoaudiólogo melhor será o prognóstico!

Veja um caso clínico de um paciente com 9 anos, no 4º ano:




Disortografia (Dificuldade de Aprendizagem)
Fonte: Centro de Fonoaudiologia


Exemplo de disortografia com aglutinações, omissões e separação indevida de palavra.

Após 3 meses de tratamento:





Escrita sem aglutinações e omissões.
Letra feia pode ser distúrbio de aprendizagem

Por Raquel Caruso* Fonte: ClockWork Comunicação


A Disgrafia (dis=dificuldade e grafia=grafar/escrever) é um transtorno da escrita resultante de um distúrbio de integração visual-motora, que afeta a capacidade de escrever ou copiar letras, palavras e números. Trata-se de um transtorno funcional e apresenta-se em crianças com capacidade intelectual normal, sem transtornos neurológicos, sensoriais, motores e/ou afetivos que justifiquem tal dificuldade. Apesar de alguns autores terem visões diferentes quanto ao termo disgrafia e disortografia, abordaremos a disgrafia como sendo um prejuízo que o indivíduo possui na execução do ato motor destinado à escrita e não das trocas, omissões, inversões e contaminações de letras/palavras, que seriam características da disortografia. De modo geral, a escrita é uma linguagem visual expressiva, que faz uso de uma série de operações cognitivas, tais como percepção auditiva, visual, discriminação tátil, cinestésica. Ou seja, é um sistema visual simbólico, que converte pensamento, sentimento e idéias em símbolos gráficos, que envolve análise de todos estes subsistemas. Para o desenvolvimento da escrita adequada, existem alguns pré-requisitos, como aspectos cognitivos, afetivo, motor e linguagem que são necessários observar: – Esquema corporal (planta do indivíduo) é a organização das sensações relativas ao seu próprio corpo em relação ao mundo exterior; – Lateralidade (dominância=força e precisão) conceito de direita e esquerda será mais fácil de ser interiorizado a medida que sua dominância for mais homogênea; – Estruturação espacial: o indivíduo deve ser capaz de situar-se e situar objetos uns em relação aos outros; – Orientação temporal: envolve a capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, após, durante), duração dos intervalos, noções de tempo longo e curto (hora, minuto), ritmo regular, irregular (aceleração, freada); – Pré-escrita: domínio do gesto e da direção gráfica (da esquerda para direita). Quando realizamos uma avaliação psicomotora, observamos algumas características que podem auxiliar no diagnóstico, e que diferenciam os subtipos de disgrafia: Pura (inconsciente): quadro disgráfico em crianças com conflitos emocionais importantes, que usam a escrita para chamar a atenção pela “letra defeituosa”. Conflito emocional importante: . escrita instável, com proporções inadequadas; . deficiente espaçamento e inclinações Mista: apresenta conflitos emocionais associados à déficits perceptivo-motor (tipo de disgrafia mais freqüente): – dificuldade na forma, tamanho da letra; – inclinação defeituosa (inicia uma frase no canto superior esquerdo e acaba no canto inferior direito); – deficiente espaçamento entre letras, margens; – ligamento defeituoso entre letras da palavra; – não direciona o giro da escrita; – pressão do lápis ou caneta na escrita ou falta desta; – rasuras; – transtorno de ritmo; – alteração de postura; – letra ininteligível – lentidão; – alteração dos fatores psicomotores; – impulsividade; – transtorno da atenção; – transtorno do esquema corporal; Reativas: devido a transtorno maturativo, pedagógico ou neurológico. Inicialmente não possuem componentes de alteração emocional. Há ainda a Disgrafia caligráfica ou motora, que ocorre alteração na forma das letras e na qualidade da escrita em seus aspectos percepto-motores. Em crianças menores, podemos observar dificuldades motoras de ritmo. Porém, somente após a alfabetização pode ser feito o diagnóstico. Para tanto é fundamental uma avaliação com profissional especializado na área. Os exercícios de pré-escrita e grafismo são necessários para aprendizagem das letras e números. Sua finalidade é fazer com que a criança atinja o domínio do gesto e do instrumento, a percepção e a compreensão da imagem a reproduzir. É importante que o indivíduo seja estimulado a realizar exercícios para o ombro, como movimentos de abrir e fechar com o brinquedo vai e vem e bolas; cotovelo (peteca), punho, mão e dedos. Estes exercícios poderão ser feitos utilizando técnicas de percepção corporal, como por exemplo relaxamento, massagens, prancha de equilíbrio e com a utilização de alguns materiais (argila, massinha, tinta , jogos). A seguir exercícios de grafismo para professores trabalharem em sala de aula: . Gestos no plano vertical (utilizando lousa, papel, pincéis, giz de cera e canetas hidrocor) para aprender a segurar corretamente o lápis; . Grandes desenhos que vão diminuindo a medida que a criança desenvolve habilidade de ombro, cotovelo e passa a adquirir destreza de punho e dedos; . O trabalho deve ser realizado sempre da esquerda para a direita. *Raquel Caruso é fonoaudióloga, psicopedagoga, psicomotricista e coordenadora da EDAC – Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico, além de professora convidada da Associação Brasileira de Dislexia (ABD)

Dicas para criar materiais visuais para disléxicos
Fonte: Espaço Aprendizagem Quando se pretende criar algum tipo de material para disléxicos é importante ter em atenção vários factores que podem facilitar a compreensão dos conteúdos:

Use um tipo de letra clara e direita, tipo verdana, no tamanho 12 ou superior, preferencialmente num tom escuro;
Use espaçamento de 1,5 ou 2;
Opte pelo negrito em vez de itálico ou sublinhado;
Use texto não justificado ou justificado à esquerda, os espaços brancos distraem o leitor disléxico;
Faça frases e parágrafos curtos e objectivos;
Estruture o melhor que for possível: use títulos, listas com números ou bolas, esquemas;
Comece sempre uma nova frase no início da linha e não no fim da frase anterior;
Opte pelas colunas em vez de linhas compridas;
Use um fundo claro, mas sem ser branco;
Use e abuse de imagens ou gráficos, ajuda o disléxico a reter a informação;
Não use abreviações e evite a hifenização;
Use caixas de texto para evidenciar partes importantes do texto.


Dicas para professores de disléxicos
Fonte: Espaço Aprendizagem A melhor abordagem perante uma aluno disléxico é a multissensorial, ou seja facilitar a aprendizagem utilizando todos os meios disponíveis: visual, auditivo, oral, táctil e cinestésico. Esta abordagem permite que o aluno use os seus pontos fortes para colmatar os mais fracos. Assim, algumas dicas que poderão ajudar o professor no contexto de sala de aula:

Interessar-se genuinamente pelo aluno disléxico e pelas suas dificuldades e especificidades e deixar que ele perceba esse interesse, para se sinta confortável para pedir ajuda;
Na sala de aula, posicionar o aluno disléxico perto do professsor, para receber ajuda facilmente;
Repetir as novas informações e verificar se foram compreendidas;
Dar o tempo suficiente para o trabalho ser organizado e concluído;
Ensinar métodos e práticas de estudo;
Encorajar as práticas da sequência de ver/observar, depois tapar, depois escrever e depois verificar, utilizando a memória;
Ensinar as regras ortográficas;
Utilizar mnemónicas;

Incentivar o uso do computador como ferramenta de digitação de texto;
Incentivar o uso do corrector ortográfico de um processamento de texto;
Permitir a apresentação de trabalhos de forma criativa, variada e diferente: gráficos, diagramas, processamento de texto, vídeo, audio, etc;
Criar e enfatizar rotina para ajudar o aluno disléxico adquirir um sentido de organização;
Elogiar ,de forma verdadeira, o que aluno disléxico fizer ou disser bem, dando-lhe a oportunidade de “brilhar”;
Incentivar a participação em trabalhos práticos;
Nunca partir do pressuposto que o aluno disléxico é preguiçoso ou descuidado;
Nunca fazer comparações com o resto da turma;
Não pedir ao aluno disléxico para ler em voz alta na sala de aula;
Não corrigir todos os seus erros (evitar o uso da cor vermelha, para não ser tão evidente os seus erros);
Não insistir na reformulação, a menos que exista um propósito claro.


Dicas para Pais de Disléxicos
Fonte: Espaço Aprendizagem

Como qualquer criança, os disléxicos necessitam do apoio dos pais. Não só para a satisfação das suas necessidades imediatas e físicas, mas também para os ajudar a criar mecanismos para ultrapassar as suas dificuldades.

Usar exercícios criativos que envolvam a memória, tais como recitar poemas infantis em conjunto, ler poemas, utilizar mímica, teatro, falar de imagens, utilizar a acção, os jogos de tabuleiro, jogar a pares, aplaudir as sílabas e cantar músicas, podem ser muito úteis.


Estas são algumas dicas/estratégias que também se poderão revelar importantes:

Incentivar a prática de exercício físico, em que se promova o atirar, capturar, chutar bolas, saltar e treinar o equilíbrio;
Incentivar a prática de actividades lúdicas e artísticas, como dança, pintura ou outra que a criança se sinta inclinada;
Incentivar o gosto pela leitura, usando a linguagem dos livros — as imagens, as palavras e as letras — para perceber que os livros podem ser analisados, lidos e desfrutados, vezes sem conta;
Mostrar como segurar num livro, de que forma ele abre, onde começa a história, onde é o topo da página e que direcção segue o texto, apreciar as imagens;
Promover o aspecto cultural: visitar museus, assitir peças de teatro ou musicais,conhecer outras cidades, etc
Ajudar a criança disléxica a aprender a seguir instruções, por exemplo, “por favor pega no lápis e coloca-o na caixa”, e fazer gradualmente sequências mais longas, por exemplo, “ir à prateleira, encontrar a caixa vermelha, trazê-la para mim”. Incentivar a criança disléxica a repetir a instrução antes de a realizar.


Valorizar o disléxico na sala de aula
Fonte: Espaço Aprendizagem



Raramente o disléxico recebe certificados ou prêmios academicos. No entanto, pode e deve valorizar o disléxico por tudo aquilo que ele alcança, mesmo sem ser academicamente:


* Ajuda dada aos colegas;

* Demonstração de esforço (independentemente do sucesso);

* Materiais organizados;

* Simpatia para com os colegas;

* Vontade em participar;

* Permanecer atento e calmo;

* Boas maneiras / boa educação;

* Dar o exemplo para outros;

* Desejo de se envolver noutras actividades da escola (clubes, produções, etc);



Trabalhar a auto-estima do disléxico
Fonte: Espaço Aprendizagem

Todos os dias na escola, o disléxico enfrenta o fracasso, desde a escrita até à matemática. Assim, o disléxico constata que não consegue fazer o que os outros fazem e considera-se “burro, “estúpido”.

E como a dislexia não é como partir um braço – visível – o próprio sistema escolar promove este tipo de pensamento:

“- Oh, tem o braço partido, claro que não consegue escrever, isso não tem nada a ver com inteligência!”

Mas ninguém diz:

“ Oh, claro que não consegue ler, o cérebro funciona de forma diferente, mas não há nada de errado com a sua inteligência!”


Torna-se, assim, importante trabalhar a auto-estima e auto confiança de cada criança ou jovem disléxico. Só palavras não são suficientes para motivar o disléxico, ele precisa de perceber na prática que é capaz e inteligente como os demais.

Pegue numa folha e divida-a em duas colunas. De forma objectiva e verdadeira escreva numa coluna “Coisas em que eu sou bom” e noutra coluna “Coisas em que eu sou menos bom”.

Provavelmente terá duas colunas assim:

Coisas em que eu sou bom

* Nadar

* Basquetebol

* Desenhar

* Tomar conta dos meus ratos

* Pintar

* Fazer rir

* Ajudar os outros

* Decorar

* Etc

Coisas em que sou menos bom

* Soletrar

* Ler

* Escrever

* Calcular

* Etc

Constatem juntos que afinal a lista de “defeitos” é menor e portanto o disléxico tem razões para se sentir bem e apreciar a sua personalidade.



Disléxicos e auto estima
Fonte: Espaço Aprendizagem



Auto estima é a característica vital para qualquer adolescente disléxico, sendo essencialmente desenvolvida no lar. Sentir-se livre da pressão é muito importante e é mais fácil de manter em casa.

Os pais podem construir a confiança/ auto-estima dos seus filhos, elogiando-os verdadeiramente e mostrando-lhes que apreciam o seu valor e a sua companhia.

A educação dada pelos pais pode ajudar com problemas de concentração e mais tempo pode ser gasto em interesses especiais do jovem, dando-lhes oportunidades de experimentar o sucesso.

Chega um momento em que, para se tornarem adultos bem sucedidos, os adolescentes disléxicos deve reconhecer e aceitar a sua combinação única de pontos fortes e dificuldades.

Até que isto suceda, adolescentes disléxicos não vão assumir a responsabilidade e agir para superar os obstáculos e os problemas que a dislexia cria.

Adultos disléxicos bem sucedidos têm invariavelmente sucedido por se concentrarem nos seus próprios dons particulares e não incidindo sobre as suas dificuldades.

Esta é, na realidade o grande segredo para lidar com a dislexia.

4 comentários:

  1. Olá! Gostei do material que você apresentou acima sobre o que fazer com alunos disléxicos. Sou coordenadora pedagógica e estou sempre recebendo professores que "diagnosticam" dislexia em seus alunos com mais dificuldade em avançar. Fico impressionada em como torna-se mais cômodo ao professor dar um rótulo ao aluno pois dessa forma a culpa de ele não progredir nos estudos passa a ser parte de uma deficiência dele e não do professor que ensina. Acredito que diagnóstico precisam ser dados por quem realmente entende do assunto e que se for comprovado que seja para ajudar esse aluno a transpor barreiras e ao professor para descobrir as melhores intervenções e atividades a serem realizadas.
    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Trabalho com crianças com diversos tipos de dificuldades, adorei as coisas que vi e li nesse blog. Me ajudou um montão! Rita de cássia ...MONITORA DE INCLUSÃO

    ResponderExcluir
  3. gosto de trabalhar com essas crianças mas estou dificuldades de como lidar com essa situação, gostaria de ver algumas tarefas olhando o site adorei as propostas.

    ResponderExcluir
  4. sou pedagoga aposentada,trabalhei muito com crianças que aresentam dificuldades de aprendizagem, pena não ter visto antes, mas vou utilizar com meus netos e um trabalho voluntario. Gratidão

    ResponderExcluir