quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Feliz Dia das Crianças






Pp. Adaildes Cristina Sales de O. Santos
Psicopedagoga Clínica

Muito diferentie do formato da escola do século passado, muitas escolas de hoje têm por princípio estimular a exploração, a investigação e a resolução de problemas desenvolvendo o pensamento crítico e a formação de opinião. Assim o aluno passa a desenvolver papel de protagonista no aprender construindo seu conhecimento uma vez que ao participar ativamente deste processo toda a experimentação vem envolvida de significação e visão do todo promovendo, assim, a aprendizagem.
Outro fator muito importante é que hoje o trabalho em equipe é muito bem visto pela escola e seu formato também não é o mesmo da escola de antes, pois o delegar tarefas, respeitar a opinião do colega, saber ouvir o que o outro tem a dizer são atitudes frequentes tornando o trabalho em grupo muito mais produtivo, participativo e enriquecedor.
Você pode estar se perguntando se toda esta prática se aplica também na Educação Infantil e eu digo que sim e reforço ressaltando que este início da vida acadêmica é fundamental para que a criança se aproprie deste comportamento passando a agir de forma natural. A criança que desde cedo aprende a esperar a sua vez de falar, de jogar de brincar, que aprende a dividir, a emprestar e a pedir emprestado passa a ter uma maior relação com o coletivo diminuindo o egocentrismo e o individualismo.
No meu livro Inteligências na Prática Educativa abordo a diferença entre individual e individualismo em que tratar de forma individual é valorizar cada um como ser único, e  ser individualista é a necessidade de se impor incondicionalmente.
Desta forma a criança apren
de a conviver com o outro interagindo, partilhando, colaborando, cooperando, fazendo assim uma conexão entre as pessoas e o mundo que o cerca. Ao desenvolver estas habilidades e competências estará também estimulando sua curiosidade, criatividade, liderança e trabalho em equipe.
Muitas escolas de Educação Infantil com visão inovadora dispõem de recursos tecnológicos e didáticos que despertam no aluno o gosto pela experimentação estimulando todos os sentidos com brinquedos que emitem sons, imagens além de jogos eletrônicos que fascinam as crianças com seu colorido e movimento.
A robótica, por exemplo, é um excelente recurso para se trabalhar todos estes fatores, pois desenvolve a coordenação motora fina estabelecendo uma perfeita sintonia entre mãos e cérebro. A criança a partir dos 2 anos começa a vivenciar uma das mais importantes fases do seu desenvolvimento, pois adquire de forma progressiva a evolução da linguagem e a autonomia motora propiciando o agir e interagir, estabelecendo relações com seus pares, estimulando as primeiras noções de cidadania, construindo assim sua própria visão de mundo.
A criança dos dois anos até os quatro ou cinco anos está na fase do concreto por esta razão é fundamental trabalhar com atividades de encaixar, de montar, empilhar, rasgar, dentre outras, sendo da competência do professor dar intencionalidade às atividades para estimular o desenvolvimento motor-intelectual do aluno. É esta a diferença entre simplesmente espalhar no chão várias peças de lego e trabalhar a Robótica. Não se está sobrecarregando a criança quando se trabalha Robótica na Educação Infantil, mas proporcionando um desenvolvimento psicomotor eficaz e eficiente aproveitando de forma pedagógica todo o potencial que a criança está aflorando.
Para isso é fundamental que o professor esteja preparado para estas intervenções. Este deve estar em constante estado de aprendizagem, atualizando-se e revendo seus conceitos e sua prática pedagógica abrindo seus canais para a utilização de vários recursos, inclusive o tecnológico.
Porém, há escolas que têm como objetivo principal o “encantar os pais” com tantas novidades sem utilizá-las para fins pedagógicos. Isto, ao invés de representar uma escola com visão inovadora tem na verdade uma visão enganadora. É sabido que ainda hoje existem escolas, tanto particulares quanto públicas, que têm excelentes salas de informática que vivem trancadas para que os alunos não estraguem os computadores esquecendo que a escola é um local de aprendizagem e aprender a cuidar do que é de todos também faz parte da pauta de orientação do professor. O mesmo acontece quando o professor usa qualquer recurso sem fins pedagógicos. Não estou querendo dizer com isto que a criança, principalmente na Educação Infantil, não possa ter momentos lúdicos espontâneos sem o direcionamento do professor, como por exemplo, o brincar de faz-de-conta tão importante para o desenvolvimento da imaginação criativa e imitativa permitindo que a criança aprenda a resolver problemas oriundos da vivência cotidiana, mas estou afirmando que nestas oportunidades a observação e atenção do professor têm que ser constantes, pois através destes momentos livres é possível conhecer melhor a personalidade e a potencialidade do aluno, e este conhecer auxiliará o professor em diferentes situações comportamentais e de aprendizagem.
Muitos pais ainda conservam a imagem de que a escola de Educação Infantil é um local sem importância pedagógica onde o filho é deixado somente para ser cuidado e para brincar. É importante que saibam que este brincar é de fundamental importância. É de forma lúdica que a criança evolui e desenvolve suas competências e habilidades fundamentais para respaldar seu desempenho nos diferentes estágios escolares. Muitas vezes, aos olhos dos pais, a variedade de recursos pode passar a impressão de que a criança será “massacrada” na escola. Porém, esta visão não é verdadeira, pois a escola é um local onde tudo que é desenvolvido foi Planejado e que ao ser elaborado é considerada a idade, os objetivos a longo e a curto prazo, a função didático-pedagógica entre outros.
Toda brincadeira promove a evolução da criança principalmente quando há intervenção feita por outras crianças e/ou pelo professor. É por esta razão que a atuação do professor é tão importante neste processo, e também na orientação dos pais para que dêem continuidade a esta prática em seus lares. Pais e professores, também, são tidos como modelos pelas crianças que seguem seus exemplos durante todo o seu desenvolvimento.
Ter consciência desta responsabilidade é fundamental.

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