domingo, 8 de abril de 2012

DISLEXIA


Pp. Adaildes Cristina Santos
Psicopedagoga Clínica
A dislexia é definida como um problema de aprendizagem da leitura e da escrita. É uma dificuldade em aprender a ler e escrever, apesar de adequada inteligência e oportunidade de ensino. Ocorre em 3 meninos para cada menina.
Pesquisas realizadas em vários países mostram que cerca de 10 a 15% da população mundial possui dislexia.
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Causa da Dislexia
A história familiar é um dos fatores de risco mais importantes: 23 a 65% as crianças disléxicas têm um parente com dislexia.
Características da dislexia
  • Apresenta dificuldades ao ler, escrever, soletrar;
  • Demora a aprender a falar, a fazer laços nos cadarços do sapato, a reconhecera as horas, a pegar e a chutar uma bola;
  • Apresenta dificuldade em ordenar as letras do alfabeto, os meses do ano, os dias da semana, sílabas das palavras compridas;
  • Dificuldade em distinguir direita de esquerda;
  • São caracterizados por um índice de inteligência normal ou acima da média;
  • Têm iguais oportunidades educativas que as demais crianças da sala de aula;
  • Não apresentam problemas de visão e audição;
  • Condições afetivas adequadas pelos familiares;
  • Conhecido como uma dificuldade inesperada, ou seja, não aparentemente a criança não possui motivo para ter a dificuldade;
  • Dificuldade de concentração e períodos de atenção mais curtos;
  • Dificuldade de memória
  • Falta de organização de materiais;
  • Não demonstram prazer na leitura;
  • Falta de habilidade manual;
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Manifestações na leitura e na escrita
  • Inversão total ou parcial de palavras e  números (ex: sol – los);
  • Substituição de palavras por outras de estrutura mais ou menos similar ou criação de palavras  com significado diferente (ex: travessa – atravessava);
  • Adições ou omissões de sons, sílabas ou palavras;
  • Dificuldade em soletrar e escrever corretamente;
  • Limitações na leitura e escrita, com muitos erros ortográficos e uma qualidade da caligrafia bastante deficiente;
  • Dificuldade na compreensão de textos;
  • Velocidade de leitura mais lenta, com omissões de linhas do texto e/ou sons;
  • Confusão de letras com escrita parecida, mas com diferente orientação no espaço (ex: b e  d; ajuda – aduja);
  • Dificuldade em diferenciar letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos (ex: d – t);
  • Problemas na distinção entre a direita e a esquerda e dificuldades de coordenação de  motora;
A constatação de que uma criança é possui dislexia provoca ansiedade tanto na família quanto na escola.
Na adolescência a dislexia pode vir acompanhada de problemas de comportamento, problemas com trabalho e de relacionamento com outras pessoas, pela falta de inclusão social e profissional dessa população, além de “marcas” em sua vida pela dificuldade escolar, o que pode acarretar em abandonar a escola.

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Em relação à criança, observamos que definir a causa de suas dificuldades provoca mais sensação de alívio do que de angústia, pois pelo menos ela não ficará mais exposta ao rótulo de preguiçosa, desatenta, bagunceira etc. O diagnóstico é importante para dirigir as técnicas mais adequadas para a reintegração do aluno, objetivando tornar mais eficaz o plano de tratamento.

 Algumas Considerações para a família e a escola
  • Não há cura para a dislexia
  • O disléxico precisa de atendimento especializado, motivação, estabilidade emocional, ensino apropriado e cooperação entre pais, professores e especialistas.
  • Identificar o período do dia em que seu cérebro “funciona” melhor.
  • O disléxico geralmente traz uma longa história de cobranças e fracassos, motivá-lo exige de nós mais esforço e disponibilidade
  • Se o disléxico não aprende do jeito que ensinamos, temos de aprender a ensinar do jeito que ele aprende.

 Adultos Disléxicos
Na idade adulta, podem ser observados os mesmos sintomas básicos da idade escolar, podendo ocasionar dificuldades de relacionamento e dificuldades na vida profissional, além de depressão, baixa auto-estima e por vezes uso abusivo de álcool e drogas.
Se o problema não for tratado antes de o indivíduo sair da escola, há duas hipóteses:
   – Ele pode ter deixado a escola devido às sua dificuldades; neste caso, cicatrizes emocionais permanecerão.
   – Ele pode ter conseguido terminar seu curso e até ter chegado a se graduar, tendo conseguido sozinho contornar suas dificuldades, ou algumas delas, graças a apoios e caminhos alternativos criados por ele mesmo. Isso não significa que o problema não exista mais, com certeza a pessoa o sente em determinadas ocasiões e tarefas.
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Habilidades e Talentos que os Disléxicos podem ter 
  • Facilidade para construir ou consertar coisas quebradas
  • Ser um ótimo amigo
  • Ter idéias criativas e achar soluções originais para os problemas
  • Desenhar e/ou pintar muito bem
  • Ter ótimo desempenho no esporte
  • Ter ótimo desempenho na música
  • Demonstrar grande afinidade com a matemática
  • Revelar-se bom contador de histórias
  • Sobressair-se como ator ou dançarino
  • Lembrar-se de detalhes
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A dislexia não significa falta de inteligência e não impede que os disléxicos sejam bons profissionais. Abaixo estão os disléxicos que se destacaram e ficaram famosos:
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A Dislexia e o Distúrbio de Aprendizagem envolvem alterações orgânicas e não são causados por problemas de metodologia escolar, mal relacionamento com o professor, falta de motivação e/ou interesse do aluno, como nos casos de dificuldades escolares. Esses problemas merecem a atenção redobrada de pais e professores, pois afetam a vida escolar da criança, que podem se perpetuar na fase adulta, acarretando sérios problemas, principalmente de ordem profissional e social.

 Orientações Importantes para pais e professores de crianças com Dislexia e Distúrbio de Aprendizagem:
  • O progresso, mesmo que pequeno, tem de ser observado e apreciado (importância do elogio para a auto- confiança).
  • Concentrar-se nas capacidades e não nas incapacidades.
  • O melhor ensino possível para essas crianças é na sala de aula normal, juntamente com outras crianças e com um professor que compreenda seus problemas e organize suas aulas de tal maneira que a ajuda/ orientação externa  possa ser dada quando for preciso.
  • Preferencialmente, o professor deve utilizar um programa de linguagem bastante estruturado e fazer uso de todos os canais sensoriais: audição, visão, memória, tato etc, tanto na escrita quanto na leitura; o que é chamado de ensino multissensorial.
  • Focalize sempre o que ele faz melhor e encoraje-o a fazê-lo;
  • Faça elogios por ele tentar fazer algo que considera difícil, e não o deixe desistir;
  • Ressalte sempre as respostas corretas e não as erradas, valorizando seus acertos.
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