A DISLEXIA pode se apresentar
quando uma criança saudável, inteligente, com estímulos sócio culturais
adequados e sem problemas de ordem sensorial ou emocional, tem uma dificuldade
acima do comum em aprender a ler. O ideal é realizar o diagnóstico da DISLEXIA o
mais cedo possível, para amenizar ou evitar um comprometimento social e
emocional do indivíduo ao longo da sua vida, e, ainda, minimizando os aspectos
da dificuldade de aprendizagem.
A dislexia é persistente, mas não
é uma incapacidade e sim uma dificuldade a ser vencida com
sucesso.
A DISLEXIA, de causa genética e hereditária, é um
transtorno ou distúrbio neurofuncional, ou seja, o funcionamento cerebral
depende da ativação integrada e simultânea de diversas redes neuronais para
decodificar as informações, no caso, as letras do alfabeto. Quando isso não
acontece adequadamente, há uma desordem no caminho das informações, dificultando
o processo da decodificação das letras, o que pode, muitas vezes, acarretar o
comprometimento da escrita.
O disléxico não é deficiente, é
diferente.
Alguns sinais que alertam para um diagnóstico:
•
atraso no desenvolvimento da fala;
• dificuldade na aquisição e automação da
leitura;
• resistência ao ler em público;
• leitura vagarosa, com
trocas, mesmo que corriqueiras;
• disgrafia (letra feia);
• trocas,
inversões, omissões, aglutinações de letras na escrita;
• vocabulário pobre,
com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas;
• dificuldades em decorar
dias da semana, meses do ano, tabuada, números de telefone e etc.;
•
dificuldade para compreender textos;
• desatenção e dispersão;
•
dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
• bom desempenho em
provas orais.
O sucesso da aprendizagem da criança com dislexia
depende da ação conjunta da família, escola e intervenção com profissional
especializado.
DIAGNÓSTICOOs sintomas que podem indicar a
dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só demonstram um distúrbio
ou dificuldade de aprendizagem, mas não confirmam se tratar
de
dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões,
síndromes, etc.
Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser,
obrigatoriamente, diagnosticada por uma equipe multidisciplinar, composta por
fonoaudiólogo, psicólogo/neuropsicólogo e psicopedagogo, onde há uma minuciosa
investigação, quantitativa e qualitativa das habilidades.
Essa mesma
equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação,
verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como neurologista,
oftalmologista e outros, conforme o caso.
Não há qualquer medicalizaçãoA
avaliação multidisciplinar e transdisciplinar permite um acompanhamento mais
efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades
de cada indivíduo.
Não há qualquer medicalização do indivíduo.
Dislexia não se trata com remédio.
Atualmente a DISLEXIA consta no CID 10
– Classificação Internacional de Doenças (F.81), definida como transtorno
específico do desenvolvimento das habilidades escolares. Faz parte também do DSM
– IV (1994) – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,
relacionada entre os transtornos de aprendizagem, como transtorno de leitura. No
entanto aguarda-se novas definições oficiais, perante comissões de estudos e de
pesquisas atualizadas.
A não identificação da dislexia poderá
causar além do fracasso escolar, prejuízos afetivos emocionais, baixa
autoestima, depressão, ansiedade e, algumas vezes, o ingresso para a
marginalidade.
A Associação Brasileira de Disleixa – ABD,
instituição com mais de 28 anos de existência, única "global partner" no Brasil
da "International Dyslexia Association – IDA" (instituição norte-americana), tem
como finalidade divulgar, informar e sensibilizar os pais, profissionais da área
da educação, escolas, parlamentares e todos os membros da população sobre a
dislexia.
Com este objetivo promove eventos, palestras, cursos,
workshop
, simpósios, congressos e reuniões de apoio a pais de disléxicos, para
elucidar a todos os interessados sobre o tema, inclusive unindo esforços com
pessoas conscientes para aprovação de leis que ampare os disléxicos.
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