sábado, 2 de novembro de 2013

Hiperatividade


sábado, 12 de outubro de 2013

Autismo

Definição

Embora inúmeras pesquisas ainda venham sendo desenvolvidas para definirmos o que seja o autismo, desde a primeira descrição feita por Kanner em 1943 existe um consenso em torno do entendimento de que o que caracteriza o autismo são aspectos observáveis que indicam déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse. Essas características estão presentes antes dos 3 anos de idade, e atingem 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.
A noção de espectro do autismo foi descrita por Lorna Wing em 1988, e sugere que as características do autismo variam de acordo com o desenvolvimento cognitivo; assim, em um extremo temos os quadros de autismo associados à deficiência intelectual grave, sem o desenvolvimento da linguagem, com padrões repetitivos simples e bem marcados de comportamento e déficit importante na interação social, e no extremo oposto, quadros de autismo, chamados de Síndrome de Asperger, sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem, com interação social peculiar e bizarra, e sem movimentos repetitivos tão evidentes.


Diagnóstico

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O diagnóstico do autismo é clínico, feito através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade.
Ainda não há marcadores biológicos e exames específicos para autismo, mas alguns exames, tais como cariótipo (com pesquisa de X frágil, EEG, RNM e erros inatos do metabolismo), teste do pezinho, sorologias para sífilis, rubéola e toxoplasmose, audiometria e testes neuropsicológicos são necessários para investigar causas e outras doenças associadas.
O quadro clínico do autismo, segundo o DSM IV TR (APA, 2002) é:
Prejuízo da habilidade social: não compartilham interesses, não desenvolvem empatia e demonstram uma certa inadequação em abordar e responder aos interesses, emoções e sentimentos alheios;
Prejuízo no uso de comportamentos não-verbais como: contato visual direto, expressão facial, postura corporal e com objetos;
Dificuldades na interação social: fracasso em vincular-se a uma pessoa específica, não diferenciação de indivíduos importantes em sua vida, falta de comportamento de apego;
Alterações na linguagem: atraso na linguagem falada. Nos que desenvolvem a linguagem adequadamente, dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso estereotipado e repetitivo de certas palavras ou frases e emprego da terceira pessoa (inversão pronominal) para falar de suas vontades. Os que aprendem a ler não apresentam compreensão do que lêem;
Alterações de comportamento: padrões restritos de interesse, manipulação sem criatividade dos objetos, ausência de atividade exploratória, preocupação com as partes de objetos, inabilidade para participar de jogos de imitação social espontâneos, adesão a rotinas rígidas, presença de maneirismos motores e crises de raiva ou pânico com mudanças de ambiente; mudanças súbitas de humor, com risos ou choros imotivados, hipo ou hiper-responsividade aos estímulos sensoriais e agressividade sem razão aparente. Comportamentos auto-agressivos, como bater a cabeça, morder-se, arranhar-se e arrancar os cabelos podem ocorrer.
Uma proposta de alteração dos critérios do DSM V está online e sugere que para se diagnosticar autismo, estejam presentes as seguintes características: 
Déficits na comunicação social e na interação social: déficit na comunicação não verbal e verbal utilizada para a interação social, falta de reciprocidade social, incapacidade de desenvolver e manter relacionamentos com seus pares apropriados ao seu nível de desenvolvimento.
Padrões restritos e repetitivos de comportamento: estereotipias ou comportamentos verbais estereotipados ou comportamento sensorial incomum, aderência a rotinas e padrões de comportamentos ritualizados, interesses restritos.
Os sintomas devem estar presentes na primeira infância, mas podem não se manifestar plenamente, até que as demandas sociais ultrapassem as capacidades limitadas.


Tratamento

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O tratamento do autismo envolve intervenções psicoeducacionais, orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e/ou comunicação. O recomendado é que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção orientado a satisfazer as necessidades particulares a cada indivíduo. Dentre alguns profissionais que podem ser necessários, podemos citar:psiquiatras,psicólogos,fonoaudiólogos,terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e educadores físicos. Os métodos de intervenção mais conhecidos e mais utilizados para promover o desenvolvimento da pessoa com autismo e que possuem comprovação científica de eficácia são:
TEACCHR (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handcapped Children): é um programa estruturado que combina diferentes materiais visuais para organizar o ambiente físico através de rotinas e sistemas de trabalho, de forma a tornar o ambiente mais compreensível, esse método visa à independência e o aprendizado.
PECSR (Picture Exchange Communication System) é um método de comunicação alternativa através de troca  de figuras, é uma ferramenta valiosa tanto na vida das pessoas com autismo que não desenvolvem a linguagem falada quanto na vida daquelas que apresentam dificuldades ou limitações na fala.
ABA (Applied Behavior Analysis) ou seja, analise comportamental aplicada que se embasa na aplicação dos princípios fundamentais da teoria do aprendizado baseado no condicionamento operante e reforçadores para incrementar comportamentos socialmente significativos, reduzir comportamentos indesejáveis  e desenvolver habilidades. Há várias técnicas e estratégias de ensino e tratamento comportamentais associados a analise do compormentamento aplicada que tem se mostrado útil no contexto da intervenção incluindo (a) tentativas discretas, (b) análise de tarefas, (d) ensino incidental, (e) análise funcional
Medicações: O uso medicamento deve ser prescrito pelo médico, e é indicado quando existe alguma comorbidade neurológica e/ou psiquiátrica e quando os sintomas interferem no cotidiano. Mas vale ressaltar que até o momento  não existe uma medicação específica para o tratamento de autismo. É importante o médico informar sobre o que se espera da medicação, qual o prazo esperado para que se perceba os efeitos, bem como os possíveis efeitos colaterais.
Letícia Calmon Drummond Amorim - Psiquiatra
Referências bibliográficas:
American Psychiatric Association (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM IV TR. Tradução de Cláudia Dornelles. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002..http://www.dsm5.org/ProposedRevision/Pages/proposedrevision.aspx?rid=94

sábado, 7 de setembro de 2013

COMO NASCE A INTELIGÊNCIA NAS CRIANÇAS?

NASCE DESDE A FECUNDAÇÃO NA VIDA UTERINA

COMO SE FABRICAR UM QI TURBINADO

Pesquisas revelam que fatores como amamentação, suplementação de vitamina D e até a obesidade dos pais terão impacto no nível do QI da criança do seu nascimento até o resto de sua vida.

Uma safra de novos estudos realizados em todo o mundo está apresentando revelações surpreendentes sobre o processo de desenvolvimento da inteligência humana

As pesquisas apontam, pela primeira vez, fatores importantíssimos associados ainda à vida uterina e aos primeiros anos de vida que serão decisivos para a evolução do intelecto

Reunidos, esses trabalhos traçam o mais completo retrato científico do nascimento da inteligência.


E se trata de um retrato belíssimo. Ele deixa claro o quanto essa habilidade depende de uma combinação complexa de circunstâncias para que atinja seu ápice na vida adulta. Condições que surgem antes mesmo da fecundação, como evidencia uma pesquisa realizada no Centro Médico Forest Baptist (Eua). O trabalho apontou que filhos de mães com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 (já classificado como obesidade) têm maior chance de desenvolver limitações cognitivas.

Eles manifestaram três pontos a menos de QI (quociente de inteligência) em relação aos nascidos de mulheres de peso normal. Ainda se estuda de que maneira o excesso de peso da mãe impacta a inteligência do filho, mas há algumas hipóteses. “O acúmulo de peso pode contribuir para um maior número de células anormais do sistema imunológico, capazes de atacar outras estruturas”, disse à ISTOÉ Jennifer Helderman, uma das autoras do estudo. “O mecanismo resulta em uma maior predisposição à inflamação, que poderia afetar o tecido neurológico da mãe e do feto”, especula.
as primeiras semanas após a fecundação, inicia-se uma etapa-chave: 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Entrevista com a Drª Nádia Bossa



Hoje a entrevista é um pouquinho diferente das anteriores. Até o momento, só postei entrevistas com mamães que tinham contribuições e questionamentos. Esta sessão, Entrevistas, que vai ao ar toda quinta, desperta muitas trocas de experiências. Diversas vezes escuto pessoalmente as pessoas comentarem sobre uma ou outra entrevista que já foi publicada. Até a primeira, com a mamãe Débora, de gêmeos, feita lá no início, não foi esquecida. Quando menos espero tem alguém que comenta que leu e que gostou muito. Porém, dessa vez o conteúdo é outro.
Vejam os relatos da entrevista que gravei com a Drª Nádia Bossa para o quadro, ‘Educação com Roberta Pimentel’, que foi ao ar na terça, dia 29, no Canal 27, TV Mato Grosso.
Como o tempo do quadro não é muito longo, deu para fazer apenas duas perguntas para à Drª Nádia, que elenquei como principais a partir do que tenho conversado nas escolas e com grupos de professores(as).
Aproveitei para tratar sobre a psicopedagogia. Eu não podia perder a oportunidade de falar sobre isso com a principal autora do país nessa área. A Drª Nádia é citada em várias pesquisas que envolvem essa práxis, inclusive suas obras já fazem parte das referências bibliográficas de muitos concursos.
Primeiramente pedi que comentasse  as principais contribuições dessa área para as discussões da educação brasileira.
De forma bastante clara, ela  disse: “A psicopedagogia se propõe a compreender o processo da aprendizagem. É por meio dela que nos tornamos efetivamente humanos. Nós aprendemos desde que nascemos. Aprender é algo realmente complexo, envolve a mente, o ambiente ao nosso redor, as relações sociais e muitos outros fatores. Devido a essa complexidade, só a pedagogia ou a psicologia não dariam conta. Então veio a psicopedagogia que busca em outras áreas a compreensão dos fenômenos que envolvem a aprendizagem, seus fatores internos e externos. Sua grande contribuição está na identificação das causas e sintomas que interferem nesse processo. É a especialidade apta para identificar as causas e os sintomas, quando há queixas de dificuldade na aprendizagem”.
Depois perguntei à ela quais são as dicas sobre os momentos de encaminhamento, pois toda semana me questionam exatamente sobre como fazer a escolha certa. Sempre escuto: “Acabei indicando um psicólogo, mas agora estou em dúvida se fiz a indicação certa, será que eu deveria ter encaminhado primeiro para um neuropediatra ou para uma psicopedagoga?”
A Drª Nádia foi bem objetiva, não fez rodeios e simplificou a questão, exatamente como deve ser: “Para a identificação das causas de uma dificuldade na aprendizagem as pessoas ao redor da criança, sejam os professores, os pais ou outro profissional, devem se dedicar a uma análise muito cautelosa para observar sistematicamente quais são os sintomas, pois o que ajuda no encaminhamento é o entendimento das dimensões que estão prejudicadas. O que interfere é uma problemática relacional, com sofrimento nas relações sociais? Então o psicólogo é o indicado. O fator é específico sobre a não identificação do aluno com a metodologia da escola? Ou então o que se percebe é uma problemática com os conteúdos escolares? Nesses casos quem pode colaborar muito é o psicopedagogo. Quando existe uma questão orgânica, é necessária a avaliação médica, de um pediatra, por exemplo. E há os casos em que será necessário dois encaminhamentos: psicólogo e fonoaudiólogo, ou pediatra e psicopedagogo. Enfim, sobre esse assunto, o que vale ressaltar sempre é o que está na origem da dificuldade. Depois de identificada qual é a demanda, aí pensa-se no profissional adequado.”
Os dois blocos da entrevista foram bem objetivos, para mim foi uma honra e um prazer entrevistar a Drª Nádia. Espero que as pessoas tenham gostado de nos ouvir e, para quem estava longe de Cuiabá ou não pôde assistir, fica aqui o registro de como foi nosso bate papo.
Para encerrar, deixo uma sugestão: quando é possível identificar a causa e o sintoma, é mais fácil, os próprios pais e a escola conseguem decidir pelo profissional correto. Mas, o que tenho visto, em diversas escolas, são dúvidas bastante complexas, que dificultam a tomada de decisão sobre o profissional adequado.
Muitas vezes os casos apresentam vários sintomas, o que leva a escola a ter dúvidas. É comum observar, por exemplo, uma timidez em excesso, uma criança que pouco se comunica, que não fixa o olhar, que em vários momentos parece estar no mundo da lua. E aí? Trata-se de um suposto autismo? É um problema emocional? Ou é pedagógico?
Muitos casos camuflam a causa real, sendo difícil identificá-las. Então, quando não há certeza sobre qual encaminhamento fazer, procurem um psicopedagogo, pois ele faz um diagnóstico amplo, utiliza-se de recursos diversos que possibilitam clarear algumas dúvidas.
Fazer encaminhamento não é algo simples, como muitas vezes pode parecer. Se a criança já tem um quadro de dificuldade, nossa responsabilidade quanto ao encaminhamento correto é algo muito significativo, por isso eu sempre indico um bate papo com esse profissional, pois entre todos os citados é o que está mais preparado para desmistificar os casos e encontrar o melhor caminho, junto com a escola e família. É claro que em muitos outros casos, a própria escola e a família conseguem perceber a causa e se sentem seguros para os encaminhamentos. A dica é apenas para os casos mais complicados onde professor, coordenador ou até os pais  não se sentem preparados para determinar o encaminhamento.
Estou preparando novos artigos sobre o que é a psicopedagogia e como se dá sua práxis. Aguardem…

Com carinho, Roberta.

Habilidade permanente para construir aprendizagens


Hoje vocês terão que me perdoar, mais estou toda confiante, segura e alegre com esta nova publicação. Este desafio de criar novos artigos semanalmente, e mais de um por semana, é uma imersão fascinante no mundo das novas aprendizagens. Nunca tive a intenção de criar um blog para ficar contando coisas pessoais ou escrever opiniões, sei lá, a intenção sempre foi criar um espaço virtual onde as trocas entre mentes  pensantes pudesse ocorrer de forma inteligente e ao mesmo tempo de modo não muito formal. ‘Blogar’ artigos foi a solução que encontrei (rsrsrs).
Geralmente as coisas nunca ficam em um único ‘patamar’ quando o que fazemos é a nossa realização verdadeira e por isso a questão não é só escrever por aqui, mas criar projetos presenciais e estar envolvida constantemente com cursos e estudos que possam ser úteis para pais e profissionais que lidam com a aprendizagem humana. Outro objetivo é escrever também para outros meios; sites, blogs ou jornais parceiros.
Quando escrevi o artigo que lerão logo abaixo, o enviei ao jornal na quinta, dia 09, logo cedo, como faço todas as quintas. A Folha do Estado publica no domingo, como muitos de vocês já sabem. Nesta semana ocorreu um fato que me deixou imensamente contente, afinal, toda vez que percebo que estou conseguindo escrever coisas bastante significativas para vocês a satisfação é maior. Alguns artigos consigo perceber o interesse pelas curtidas recebidas ou mensagens in box pelo facebook, que é por onde mais recebo comentários (e-mail moderno da nossa geração…rsrsrs). Dessa vez a percepção foi diferente, porque antes da Folha publicar eu já estava toda orgulhosa. O que aconteceu é que no mesmo dia, no início da tarde assisti uma palestra virtual com o renomado César Coll, da Espanha, ao vivo. O tema era sobre a educação do século XXI na perspectiva da relação escola e família.
Para explicar suas reflexões César Coll deixou claro por meio de repetidas explicações que a escola não pode  mais ser regida pelos currículos sobrecarregados onde o aluno não constrói a habilidade de aprender a longo prazo. Nem vou contar mais nada porque em breve farei um post novinho para contar sobre essa palestra. Agora leiam o artigo que eu já tinha escrito e inclusive enviado para a redação da Folha, analisem o quanto as reflexões se complementam. Bem gostoso pensar que estou conseguindo trazer aqui para o blog, para os meus leitores, temas que às vezes podem até parecer já ‘batidos’, mas na verdade estão sendo discutidos atualmente com novas e esperançosas perspectivas.
O aprendizado e suas essências
Jornal Folha do Estado – 12/05
A capacidade de construir constantemente novas aprendizagens é sempre essencial para situações diversas da vida. Seja simplesmente para fazer uma boa leitura e obter uma interpretação adequada, criar novas metas de vida, se adequar a etapas diferentes, até construir complexos projetos profissionais.
Aqueles que desenvolveram ao logo da vida o dom de construir continuamente novas aprendizagens conseguem algumas vantagens tanto no aspecto profissional, como em outras áreas da vida, desde questões do equilíbrio emocional, aprimoramento do convívio social, entre outros aspectos, afinal, para tudo na vida faz diferença estar disposto a reconstruir o que já se sabe.
Jornalistas, empresários, professores, engenheiros, médicos, agricultores, enfim, todas as áreas de atuação profissional exigem leituras e estudos para a execução de seus trabalhos. Certamente, os que passaram por uma experiência positiva de contato com os processos de construção de aprendizagem apresentarão maior facilidade para interpretar, criar e estabelecer sempre novas metas de sucesso profissional.
Ainda que muitas pessoas tenham conquistado e construído uma excelente carreira profissional com poucos anos de estudo formal, ainda assim, para continuarem como profissionais competentes, atuantes e atualizados precisarão sempre do processo da aprendizagem, seja para ler, interpretar, apresentar palestras ou projetos. O dom da aprendizagem é realmente um diferencial facilitador de muitas situações da vida.
No meu entender, o aprender tem muita semelhança com a habilidade reflexiva. Geralmente, as pessoas estudiosas (sentido amplo) são mais reflexivas, gostam muito de construir novos conhecimentos, leem constantemente, desde livros, jornais e vários sites da internet, assistem filmes, ou seja, gostam do envolvimento com o novo, buscam sempre conhecer algo diferente. O hábito de ler novos livros, conhecer assuntos variados e assistir filmes é uma busca pela descoberta do novo e quem sempre busca novas aprendizagens é mais reflexivo.
Pessoas assim conseguem dialogar sobre uma ampla gama de assuntos, estão sempre atualizadas sobre seu campo de trabalho e sobre outros assuntos também.
Nesse contexto penso que é bastante salutar indagarmos: como é que nós, pais, e escolas estamos incentivando em nossas crianças a habilidade, ou melhor, o gosto pela descoberta do processo constante de aprendizagem?
Nas escolas e em casa incentivamos a busca por novos conhecimentos? A escola se faz no seu dia a dia por meio de projetos que incentiva os alunos a buscarem seus próprios conhecimentos ou ainda existe muita passividade na aprendizagem? Cópias, incansáveis leituras prontas dos livros didáticos, muitas vezes bastante distantes dos projetos que os professores desejariam desenvolver. As escolas e os pais estão atentos para o que vem de dentro das crianças? O que elas estão procurando aprender de novo e que é resultado da busca interior, que provém dos seus próprios interesses?
Será que nossas escolas e nós enquanto família, ainda não estamos trabalhando demais com questões de fora para dentro? Se as crianças desde cedo aprendessem mais vezes a reconhecer seus próprios interesses e conseguissem sair em busca das suas aprendizagens não seriam melhores construtores de novas aprendizagens ao longo de toda a vida?
Sinto-me uma dessas pessoas com imenso prazer por novas aprendizagens. Abro jornais, revistas e livros com grande desejo por coisas novas e ricas de conteúdos. Estou sempre em busca de leituras que dialoguem com meus pensamentos. Mas estou certa de que infelizmente não aprendi isso na escola, aliás, vivi momentos de muito sofrimento na fase escolar da infância, tinha problemas de vínculo com os professores.
Essa minha busca que parece não cessar nunca é totalmente uma influência dos meus pais que a vida toda incentivaram leituras diversas e sempre estimularam a construção de novos conhecimentos. Gostaria imensamente de ter lembranças destes incentivos também por parte da escola.
Recentemente ouvi uma palestra virtual onde uma mãe, também professora, falava de suas preocupações sobre o tanto que a vida é rica de informações, bem além daquilo que ela percebe na escola dos seus filhos. Não é algo pertinente para refletirmos? Os professores não precisam urgentemente de uma abertura maior, para além dos currículos rígidos a serem seguidos?
Não relato aqui a minha história. Não abordo a importância do estímulo na construção constante de aprendizagem somente a partir das minhas lembranças pessoais, bem além disso transcrevo em forma de artigo o que ouço de muitas pessoas ao meu redor. Várias delas também são profissionais na escola em busca de mudanças de paradigmas, na luta por uma estrutura curricular mais significativa.
“A maneira como ensinamos e aprendemos vive um momento crucial que só acontece a cada milênio”, diz Salman Khan – autor do livro ‘Um mundo, uma escola’ conhecido mundialmente pelas aulas gratuitas na internet por meio da Khan Academy.
 Que sejamos a geração responsável por mudanças qualitativas, pois a escola não pode ser mais o espaço onde se estuda vários conteúdos e depois grande parte fica apenas no esquecimento.
Com carinho, Roberta.