Hoje a entrevista é um pouquinho diferente das anteriores.
Até o momento, só postei entrevistas com mamães que tinham contribuições e
questionamentos. Esta sessão, Entrevistas, que vai ao ar toda quinta, desperta
muitas trocas de experiências. Diversas vezes escuto pessoalmente as pessoas
comentarem sobre uma ou outra entrevista que já foi publicada. Até a primeira,
com a mamãe Débora, de gêmeos, feita lá no início, não foi esquecida. Quando
menos espero tem alguém que comenta que leu e que gostou muito. Porém, dessa
vez o conteúdo é outro.
Vejam os relatos da entrevista que gravei com a Drª Nádia
Bossa para o quadro, ‘Educação com Roberta Pimentel’, que foi ao ar na terça,
dia 29, no Canal 27, TV Mato Grosso.
Como o tempo do quadro não é muito longo, deu para fazer
apenas duas perguntas para à Drª Nádia, que elenquei como principais a partir
do que tenho conversado nas escolas e com grupos de professores(as).
Aproveitei para tratar sobre a psicopedagogia. Eu não podia
perder a oportunidade de falar sobre isso com a principal autora do país nessa
área. A Drª Nádia é citada em várias pesquisas que envolvem essa práxis,
inclusive suas obras já fazem parte das referências bibliográficas de muitos
concursos.
Primeiramente pedi que comentasse as principais
contribuições dessa área para as discussões da educação brasileira.
De forma bastante clara, ela disse: “A psicopedagogia
se propõe a compreender o processo da aprendizagem. É por meio dela que nos
tornamos efetivamente humanos. Nós aprendemos desde que nascemos. Aprender é
algo realmente complexo, envolve a mente, o ambiente ao nosso redor, as
relações sociais e muitos outros fatores. Devido a essa complexidade, só a
pedagogia ou a psicologia não dariam conta. Então veio a psicopedagogia que
busca em outras áreas a compreensão dos fenômenos que envolvem a aprendizagem,
seus fatores internos e externos. Sua grande contribuição está na identificação
das causas e sintomas que interferem nesse processo. É a especialidade apta
para identificar as causas e os sintomas, quando há queixas de dificuldade na
aprendizagem”.
Depois perguntei à ela quais são as dicas sobre os momentos
de encaminhamento, pois toda semana me questionam exatamente sobre como fazer a
escolha certa. Sempre escuto: “Acabei indicando um psicólogo, mas agora
estou em dúvida se fiz a indicação certa, será que eu deveria ter encaminhado
primeiro para um neuropediatra ou para uma psicopedagoga?”
A Drª Nádia foi bem objetiva, não fez rodeios e simplificou
a questão, exatamente como deve ser: “Para a identificação das causas de uma
dificuldade na aprendizagem as pessoas ao redor da criança, sejam os
professores, os pais ou outro profissional, devem se dedicar a uma análise
muito cautelosa para observar sistematicamente quais são os sintomas, pois o
que ajuda no encaminhamento é o entendimento das dimensões que estão
prejudicadas. O que interfere é uma problemática relacional, com sofrimento nas
relações sociais? Então o psicólogo é o indicado. O fator é específico sobre a
não identificação do aluno com a metodologia da escola? Ou então o que se
percebe é uma problemática com os conteúdos escolares? Nesses casos quem pode
colaborar muito é o psicopedagogo. Quando existe uma questão orgânica, é
necessária a avaliação médica, de um pediatra, por exemplo. E há os casos em
que será necessário dois encaminhamentos: psicólogo e fonoaudiólogo, ou
pediatra e psicopedagogo. Enfim, sobre esse assunto, o que vale ressaltar
sempre é o que está na origem da dificuldade. Depois de identificada qual é a
demanda, aí pensa-se no profissional adequado.”
Os dois blocos da entrevista foram bem objetivos, para mim
foi uma honra e um prazer entrevistar a Drª Nádia. Espero que as pessoas tenham
gostado de nos ouvir e, para quem estava longe de Cuiabá ou não pôde assistir,
fica aqui o registro de como foi nosso bate papo.
Para encerrar, deixo uma sugestão: quando é possível
identificar a causa e o sintoma, é mais fácil, os próprios pais e a escola
conseguem decidir pelo profissional correto. Mas, o que tenho visto, em
diversas escolas, são dúvidas bastante complexas, que dificultam a tomada de
decisão sobre o profissional adequado.
Muitas vezes os casos apresentam vários sintomas, o que leva
a escola a ter dúvidas. É comum observar, por exemplo, uma timidez em excesso,
uma criança que pouco se comunica, que não fixa o olhar, que em vários momentos
parece estar no mundo da lua. E aí? Trata-se de um suposto autismo? É um
problema emocional? Ou é pedagógico?
Muitos casos camuflam a causa real, sendo difícil identificá-las.
Então, quando não há certeza sobre qual encaminhamento fazer, procurem um
psicopedagogo, pois ele faz um diagnóstico amplo, utiliza-se de recursos
diversos que possibilitam clarear algumas dúvidas.
Fazer encaminhamento não é algo simples, como muitas vezes
pode parecer. Se a criança já tem um quadro de dificuldade, nossa
responsabilidade quanto ao encaminhamento correto é algo muito significativo,
por isso eu sempre indico um bate papo com esse profissional, pois entre todos
os citados é o que está mais preparado para desmistificar os casos e encontrar
o melhor caminho, junto com a escola e família. É claro que em muitos outros
casos, a própria escola e a família conseguem perceber a causa e se sentem
seguros para os encaminhamentos. A dica é apenas para os casos mais complicados
onde professor, coordenador ou até os pais não se sentem preparados para
determinar o encaminhamento.
Estou preparando novos artigos sobre o que é a
psicopedagogia e como se dá sua práxis. Aguardem…
Com carinho, Roberta.
oi sou cris ,quando voce tiver cursos , seminarios voltado para a psicopedagogia institucional passe para min sou psico e estou desejo sempre min capacitar mais e mais
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