domingo, 30 de dezembro de 2012
sábado, 29 de dezembro de 2012
A INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA ESCOLA... NA CLÍNICA... E NA FAMÍLIA
Pp. Adaildes Cristina S. de O. Santos
Psicopedago Clínica
Um psicopedagogo na sua prática escolar tem papel de mediador, ele faz uma intervenção, “não apenas da aula”, sobre um tema. Essa intervenção é levantar hipóteses, rever conceitos, descobrir determinadas crenças sobre o aprender e o ensinar e assim permitir a construção de um espaço para troca de experiências e idéias, além de propor uma metodologia onde o refletir e o pensar não seja tarefa sem prazer, sem alegria, sem vida.
Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.
Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola.
Transtornos da memória
A memória é uma função cognitiva essencial que permite fixar, guardar e recuperar diferentes tipos de informações. No processo da memória há quatro fases: fixação ou registro, armazenamento, evocação e reconhecimento das lembranças.
Fixação ou registro das lembranças - momento no qual é produzida a apreensão perceptiva do mundo dos objetos. A criança estabelece associações de acordo com sua vivência.
A dificuldade para fixar ou manter a atenção poderá prejudicar o processo de aprendizagem.
Armazenamento - durante esta fase é consolidado o percebido para conservar o anteriormente guardado e para, em algum momento, poder recuperá-lo. São estabelecidas relações entre a nova informação e a adquirida anteriormente.
Evocação - utilização das informações armazenadas. Pode ser voluntária ou involuntária.
Reconhecimento - uma vez evocada a lembrança, podemos identificá-la com a imagem que a originou e reconhecê-la como própria, como parte de nosso ser. A história subjetiva de cada um ocorre de maneira particular. A memória visual é básica para aprendizagem da leitura e escrita, quando esta memória é pobre, todas as modalidades de memória serão limitadas.
Atividades
Jogo da memória
Dominó da associação
Atividade com sequência de coresNesta atividade será trabalhada a atenção e memória e será feita em etapas.
Primeiro será colocado sobre a mesa um palito na cor amarela e retirado em seguida; a criança deverá procurar na caixa o palito da mesma cor e também colocá-lo sobre mesa. Após será colocado o mesmo palito amarelo e um vermelho; alguns segundos depois serão retirados e em seguida a criança deverá colocá-los novamente na mesa na ordem correta. Serão encaixados outros palitos um por vez e a criança deverá reproduzir a sequência.
A sequência pode chegar a 10 cores, ou mais, dependendo do caso e poderá haver repetição de cor.
Os jogos citados são ótimas ferramentas não só para serem utilizadas como forma de diagnosticar possíveis dificuldades relacionadas a memória, mas para serem utilizadas na intervenção psicopedagógica, onde fazendo um trabalho de repetição a criança estará desenvolvendo as estruturas cognitivas.
Atividade para memorização de palavras
Livro:Dificuldades de aprendizagem,detecção e estratégias de ajuda.
Autoras:Ana Maria Salgado (Psicóloga)
Nora Espinosa Terán (Psicóloga)
JOGOS PEDAGÓGICOS DE MADEIRA
ESTES JOGOS PEDAGÓGICOS PROPORCIONAM A GARANTIA DE UMA APRENDIZAGEM EFICAZ E TEM POR OBJETIVOS: -PERCEPÇÃO VISUAL: (FORMAS GEOMETRICAS, COR, TAMANHO ETC.) -COORDENAÇÃO MOTORA - RACIOCÍNIO LÓGICO - APRENDIZADO DE MATEMÁTICA E PORTUGUÊS - EQUILÍBRIO, CONCENTRAÇÃO. ETC....
Feliz 2013
Se em 2012 sua vida foi um deserto, lembre-se nele Deus provou seu coração para ser aprovado (a) em 2013, creia, ore, jejue, agradeça, louve, tenha fé, que é crer no que não se pode ver, mas sim sentir. Não deixe a espera matar sua esperança. A todos um 2013 cheio de amor, bênçãos, saúde, paz, alegria e promessas de Deus se realizando em todas as áreas de sua vida.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Borboletas de Zagorsk [BBC, 1992
Ortografia: escrever corretamente é um dom ou depende do ensino nas escolas?
Por Adaildes Cristina Sales de O. Santos
Qual de nós nunca teve dúvidas a
respeito de como escrever determinada palavra?
Sempre lembramos das mais usuais e frequentes da língua, porém, muitas vezes, grafar palavras como “exceção”, “carroceria”, ou “aterrizagem” pode nos forçar a pensar sobre as normas da Língua Portuguesa, visto que não lembramos de imediato como escrevê-las. Para a criança, que tem menos tempo de contato com a língua escrita, menor repertório linguístico e vocabulário, essa tarefa é mais árdua ainda, pois implica em perceber fundamentalmente que na Língua Portuguesa não há, muitas vezes, uma relação unívoca entre a letra e o som. Ou seja, uma letra pode representar diferentes sons, e um som pode ser representado por diferentes letras. Como por exemplo:
Sempre lembramos das mais usuais e frequentes da língua, porém, muitas vezes, grafar palavras como “exceção”, “carroceria”, ou “aterrizagem” pode nos forçar a pensar sobre as normas da Língua Portuguesa, visto que não lembramos de imediato como escrevê-las. Para a criança, que tem menos tempo de contato com a língua escrita, menor repertório linguístico e vocabulário, essa tarefa é mais árdua ainda, pois implica em perceber fundamentalmente que na Língua Portuguesa não há, muitas vezes, uma relação unívoca entre a letra e o som. Ou seja, uma letra pode representar diferentes sons, e um som pode ser representado por diferentes letras. Como por exemplo:
-som /z/ pode ser escrito por
diferentes letras, como “x” (exemplo), “s” (casa), “z” (zebra);
-letra X pode representar diferentes
sons (som sss, som zzz, som ch, som cs).
O que é a ortografia e como vem sendo abordada pelas escolas?
O que é a ortografia e como vem sendo abordada pelas escolas?
A ortografia diz respeito à escrita
correta das palavras. Nos anos 70, acreditávamos que os problemas de leitura e
escrita, incluindo as dificuldades ortográficas, eram decorrentes de alterações
de funções psiconeurológicas que incluem, basicamente, os aspectos perceptuais
auditivos, visuais e motores.
Felizmente, no início da década de
80, com o advento da teoria piagetiana e com as descobertas de Ferreiro e
Teberosky (1979), abriu-se um leque com novas perspectivas para compreender o
processo de alfabetização. Estes estudos mostraram-nos, em síntese, que a
escrita não é uma transcrição fonética da fala, mas que pode ser vista como uma
representação simbólica da mesma. Além disso, que as crianças são aprendizes
ativos, portanto, constroem o seu conhecimento, incluindo aqui, o conhecimento
a respeito da norma ortográfica. Porém, construir o conhecimento não significa
que ortografia não deva ser ensinada.
Atualmente, observamos um panorama
confuso na educação oscilando entre uma supervalorização dos exercícios com
cópia de palavras, listas para memorização e aplicação de ditados (que não
ensinam, mas sim verificam a ortografia), estratégias utilizadas em demasia na
escola tradicional ou, em outro extremo, a falta de sistematização com a
ortografia, ou mesmo o abandono desse trabalho. Há ainda uma situação pior: a
escola não sabe como ensinar (e se deve ensinar), mas cobra a escrita ortográfica
de seus alunos.
Escrever corretamente significa que a criança não pode errar?
Escrever corretamente significa que a criança não pode errar?
Partindo do princípio de que a
escrita é uma representação simbólica e que as crianças constroem seu
conhecimento, o erro passa a ser visto como construtivo, ou seja, necessário
para que a aprendizagem ocorra. Os erros são vistos como “etapas de
apropriação”, podendo, inclusive, a “produção escrita da criança ser um indício
do quanto ela conseguiu se apropriar do sistema ortográfico” (Zorzi, 1998,
p.20).
Quando começar a ensinar a ortografia?
Quando começar a ensinar a ortografia?
O professor pode começar a pensar no
ensino sistemático da ortografia desde que seus alunos já tenham alcançado a
hipótese alfabética e comecem a fazer questionamentos: “Por que chave se
escreve com ch e xícara é com x?”, “Como se escreve passado?”, “Eu imaginava
que exemplo se escrevia com Z, mas não é? Por quê?”. Esses e outros infinitos
questionamentos demonstram que a criança já compreendeu, ao menos em parte, a
complexidade da língua.
Como avaliar as falhas ortográficas?
Como avaliar as falhas ortográficas?
Os instrumentos e estratégias
utilizados para avaliar os erros ortográficos podem incluir a análise do
material escolar da criança, a elaboração de produções de texto, bem como
alguns ditados, como ditado de pequenos textos, ditado específico para trocas
sonoras/surdas (p/b, t/d, f/v, c/g, ch/j) além de um Ditado Balanceado (Moojen,
1985).
A partir desses materiais o ideal é
o professor organizar as falhas ortográficas dos seus alunos classificando tais
erros, visto que o trabalho a ser desenvolvido e as técnicas utilizadas irão
depender do tipo de erros e frequência com que são cometidos, em geral,
partindo daqueles que são mais primitivos, até alcançar os mais
complexos.
Obs: para ver categorias de
classificação dos erros e sugestão de atividades ver bibliografia ao final.
Até quando podemos considerar que os erros fazem parte do processo normal de aprendizagem da escrita?
Até quando podemos considerar que os erros fazem parte do processo normal de aprendizagem da escrita?
Mesmo que a escola com o auxílio da
família desenvolva o trabalho com a ortografia de forma sistemática não podemos
deixar de considerar que seus resultados podem ser bastante heterogêneos.
Alguns indivíduos podem realmente ter um dom, ou uma habilidade linguística
melhor desenvolvidos, enquanto outros necessitarão de muito esforço para
escrever corretamente, mas, nos dois casos, escrever corretamente dependerá do
ensino na escola.
Para verificar como está se dando a
apropriação do sistema ortográfico é necessário seguir um folow up do aluno,
assim, a quantidade de tipos de erros que a criança apresenta, bem como a frequência
dos mesmos deve ir diminuindo à medida em que a escolaridade evolui. Caso isso
não esteja ocorrendo, o professor pode estar diante de um caso que, juntamente
com outros elementos, justificariam o encaminhamento de tal criança a uma
avaliação especializada com fonoaudiólogo e/ou psicopedagogo para a realização
de diagnóstico mais aprofundado, como por exemplo, de um Transtorno de Leitura
e Escrita.
Referências bibliográficas:
CAPOVILLA, A. ; CAPOVILLA, F. Problemas de leitura e escrita: como identificar, prevenir e remediar numa abordagem fônica. São Paulo: Memnon, 2000.
Referências bibliográficas:
CAPOVILLA, A. ; CAPOVILLA, F. Problemas de leitura e escrita: como identificar, prevenir e remediar numa abordagem fônica. São Paulo: Memnon, 2000.
CARRAHER, T.N. Explorações sobre o
desenvolvimento da ortografia em português. In: Isto se aprende com o ciclo
básico. São Paulo: Secretaria de Estado da Educação – CENP, p. 114-122, 1990.
KIGUEL, S. M. Identificação de
crianças disortográficas em sala de aula. Boletim da Associação Estadual de
Psicopedagogia de São Paulo. Nº 7, p. 30-44, abril, 1985.
MOOJEN, S. A escrita ortográfica na
escola e na clínica: teoria, avaliação e tratamento ( Casa
do Psicólogo , no prelo).
MORAIS, A. G. de. Ortografia:
ensinar e aprender. São Paulo: Ática, 1998.
ZORZI, J. L. Aprender a escrever:
apropriação do sistema ortográfico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
__________. Aprendizagem e
distúrbios da linguagem escrita: questões clínicas e educacionais. Porto
Alegre: Artmed, 2003.
SUGESTÕES DE JOGOS PARA INTERVENÇÃO A ALUNOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
As funcionalidades do jogar: transformar problemas,
analisar ações, menor independência, maior interação, buscar soluções, melhorar
estratégias.
Pp. Adaildes Cristina S. de O. Santos
Tipos de jogos:
Jogos de Exercício
A principal característica da ação exercida pela criança no
período sensório motor é a satisfação de suas necessidades. Piaget observou as
condutas das crianças pequenas e delas depreendeu que havia um objetivo na
repetição incessante das mesmas ações: divertir e servir como instrumento de
realização de um prazer em fazer funcionar, exercitar estruturas já aprendidas.
Este tipo de brincadeira dá à criança um sentimento de eficácia e poder.
O jogo de exercício é definido por ele com característico
desta fase sensório-motora. Entretanto, o ser humano não deixa de jogá-lo só
porque cresce e se torna adulto. A cada nova aprendizagem ele volta a utilizar
jogos de exercícios, necessários à formação de esquemas de ação úteis ao seu
desempenho, pois o jogo de exercício não objetiva a aprendizagem em si, mas a
formação de esquemas de ação, de condutas, de automatismo. Por isso, jogá-lo só
é necessário para este fim, pois fica cansativa e enfadonha a repetição de
ações já interiorizadas.
Jogos Simbólicos
Este tipo de jogo predomina dos 2 aos 7 anos de idade, ou
seja, no período pré-operatório de pensamento.
No jogo simbólico a criança já é capaz de encontrar o mesmo
prazer que tinha anteriormente lidando agora com símbolos. É a época do
"faz de conta", da representação, do teatro, das histórias, nas quais
uma coisa simboliza outra: um pedaço de pau "vira" cavalo; vestir uma
capa transforma em super-homem; representar o papel de mãe ao brincar de
bonecas, dentre outros exemplos.
Os jogos simbólicos têm as seguintes características:
Liberdade total de regras (a não ser aquelas criadas pela
própria criança);
Desenvolvimento da imaginação e da fantasia;
Ausência de objetivo ( brincar pelo prazer de brincar);
Ausência de uma lógica da realidade;
Assimilação da realidade ao "eu" (a criança adapta
a realidade a seus desejos. EX: se presencia uma briga entre os pais, vai
brincar de casinha e resolve o conflito por meio dos bonecos.
A criança é capaz deste jogo porque já estruturou sua função
simbólica, ou seja, já produz imagens mentais, já domina a linguagem falada,
que lhe possibilita usar símbolos para substituir os objetos. Quando joga jogos
simbólicos ela tem a possibilidade de vivenciar aspectos da realidade muitas
vezes difíceis de elaborar : a vinda de um irmãozinho, a perda de um genitor, a
mudança da escola...Pode lidar com as situações desejantes ( ser um
super-homem), penosas ( separação dos pais ), com situações do passado,
enfrentar problemas do presente e antecipar conseqüências de ações no futuro.
Jogo de regras
Os jogos de regras são o coroamento da experimentação da
criança com as transformações a que ela chegou quando atingiu a reversibilidade
de pensamento operatório concreto. Neles existe o prazer do exercício, o lúdico
do simbolismo, a alegria do domínio de categorias espaciais e temporais, os
limites que as regras determinam a socialização de condutas que caracteriza a
vida adulta.
Os jogos de regras são segundo Piaget, "a atividade
lúdica do ser socializado".
Um jogo de regras pressupõe uma situação problema, uma
competição por sua resolução e uma premiação advinda desta resolução. As regras
orientam as ações dos competidores, estabelecem seus limites de ação, dispõem
sobre as penalidades e recompensas. Elas são as "leis" do jogo .
Ao jogar jogos de regras as crianças assimilam a necessidade
de cumprimento das leis da sociedade e das leis morais da vida.
Para ser enquadrado como um jogo de regras são necessárias
as seguintes características:
Que haja um objetivo claro a ser alcançado;
Que existam regras dispondo sobre este objetivo;
Que existam intenções opostas dos competidores;
Que haja a possibilidade de cada competidor levantar
estratégias de ação;
Os jogos de regras são necessários para que as convenções
sociais e os valores morais de uma cultura sejam transmitidos a seus membros.
O jogo provoca um conflito interno, a necessidade de buscar
uma saída, e desse conflito o pensamento sai enriquecido, reestruturado e apto
a lidar com novas transformações.
Assinar:
Postagens (Atom)