sábado, 14 de março de 2015
Jean Piaget - tendência cognitiva
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A Associação Americana de Deficiência Mental (AAMD) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) colocam a deficiência intelectual como o funcionamento intelectual abaixo da média, com manifestação antes dos 18 anos de idade, e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas tais como: comunicação, cuidado pessoal e habilidades sociais, utilização de recursos da comunidade, saúde, segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
As principais causas pré-natais e neo natais são desnutrição materna, má assistência a gestante, doenças infecciosas da mãe como rubéola, sífilis e toxoplasmose, alcoolismo, drogas, medicamentos, fatores genéticos, alterações cromossômicas, erros inatos no metabolismo como a fenilcetonúria, traumas de parto, hipóxia, anóxia, prematuridade, baixo peso ao nascer, idade gestacional, icterícia grave, incompatibilidade sanguínea e de RH.
No pós natal encontramos fatores como a desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global, infecções, meningite, sarampo, intoxicação exógenas, envenenamento, remédios, inseticidas, produtos químicos como chumbo e mercúrio, choque elétrico, asfixia e quedas.
Os pais devem estar atentos aos atrasos que podem ocorrer no desenvolvimento.
Na escola os professores devem prestar atenção em como está ocorrendo o processo de aprendizagem, como é a linguagem compreensiva (entendimento das ordens) e como ele realiza as suas atividades cotidianas.
Podemos ter casos de:
- déficit intelectual leve: não são facilmente identificados na infância e o diagnóstico é feito quando entra na escola. Pode frequentar o ensino fundamental com poucas adequações, tem boa adaptação social, vai se sustentar tranquilamente na vida adulta, casar, ter filhos mas o ensino médio pode requerer algumas adequações. Sua deficiência, na vida adulta, passa até desapercebida;
- déficit moderado ou severo: tem um ensino fundamental difícil e com necessidades de adequação curricular. Bem estimulado pode cuidar de si próprio, ter uma vida produtiva, se ajustar a vida social e ser útil na sociedade. Contudo, pela estrutura de escola que temos em nosso país, pode ter dificuldades em seguir o ensino médio e a vida conjugal, se possível pode requerer certa mediação dos responsáveis;
- déficit profundo: muitos casos apresentam deficiência múltipla e que dificulta o acompanhamento a um programa escolar e seu currículo deve ser centrado em cuidar de si mesmo e em habilidades sociais.
Mas importante que o que ele aprende é como ele aprende. O importante é ver a forma como o indivíduo se adapta ao meio social. Um ser humano não tem limites e mais limitados somos nós, seres humanos que se consideram normais, que acreditam que alguém pode ter limites.
A limitação imposta deve ser base para a escolha do tipo de suporte que vamos usar o qual pode ser classificado em:
- intermitente: esporádico;
- limitado: durante um período de tempo ou em determinada tarefa;
- moderado: regular em alguns ambientes e algumas situações sem prazo determinado;
- difusivo: apoio constante de alta intensidade e em vários ambientes.
O que devemos estimular são os seguintes aspectos:
- área motora: equilíbrio, coordenação, manipulação adequada de objetos;
- área perceptiva: percepção e discriminação visual, auditiva, análise e síntese, percepção da figura fundo;
- área cognitiva: conceitos concretos e abstratos, atenção concentração, memória e resolução de problemas;
- área da linguagem: compreensiva e expressiva;
- desenvolvimento do pensamento simbólico: pareamento, classificação, seriação, conservação e reversibilidade de pensamento;
- desenvolvimento do raciocínio lógico matemático: número, numeral, quantidade, noções de peso, distância, profundidade, comprimento e sistema monetário;
- área social: adaptabilidade e produtividade na vida social, lazer, escola e trabalho.
O DÉFICIT INTELECTUAL NA ESCOLA
O déficit intelectual é definido como o funcionamento intelectual geral, significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitantemente com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente “as demandas da sociedade nos seguintes aspectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, desempenho na família e comunidade, independência na locomoção, saúde, segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho
Apesar da crítica atual da maioria dos especialistas, em relação a classificação baseada no QI, esta ainda continua sendo utiliza e a terminologia varia entre deficiência mental, déficit intelectual, déficit cognitivo ou atraso mental.
Apesar da crítica atual da maioria dos especialistas, em relação a classificação baseada no QI, esta ainda continua sendo utiliza e a terminologia varia entre deficiência mental, déficit intelectual, déficit cognitivo ou atraso mental.
O deficiente intelectual tem uma maneira própria para lidar com o saber e tem dificuldades para construir o seu conhecimento e de demonstrar a sua capacidade cognitiva, principalmente em escolas que mantém um modelo conservador de ensino e uma gestão autoritária e centralizadora.
Eles necessitam de adequações curriculares ao longo da sua trajetória escolar sendo que estas poderão ser transitórias ou permanentes e com variação de acordo com o grau de intensidade.
Os alunos com déficit intelectual vão necessitar de adequações curriculares que atuam nos seguintes âmbitos:
Mudança na metodologia de trabalho – os alunos com déficit cognitivo são mais visuais que auditivos. Muitas ordens e atividades devem ser dadas com modelos concretos e o ensino apoiado em estímulos visuais claros, simples e criativos;
Introdução de novos conceitos – estas devem ser associados a modelos conhecidos e que fazem parte do dia a dia do aluno. O aluno memoriza com mais facilidade aquilo que ele conhece e, consequentemente, pode transferir a aprendizagem para outros contextos;
Sistema de avaliação – as provas e trabalhos escolares devem ser adaptadas as necessidades de cada um. Muitos alunos não respondem bem a matrizes com letras pequenas, pouco espaço para respostas e com um número excessivo de estímulos. O material deve ser claro, de boa qualidade e com número adequado de informações e perguntas;
Metodologia durante as aulas – o período de concentração destes alunos é pequeno. Então aulas expositivas de longa duração não são absorvidas por eles. Devemos procurar exposições mais curtas, apoiadas em trabalhos práticos, onde a criança possa utilizar os vários sentidos simultaneamente.
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